terça-feira, 25 de janeiro de 2011

QUASE ADEUS AO ORKUT

Há exatos sete anos (descobri isso hoje rs) o Orkut foi lançado (oooohhhh) e rapidamente se popularizou  entre os brasileiros. Até hoje somos o país que possui mais perfis nessa rede.
Lembra como ele era em seu inicio? Estou aqui puxando pela memória e rindo de algumas situações que vivi dentro dessa rede, principalmente na fase inicial.
Para começar não era qualquer um que podia entrar no Orkut, você precisava ser convidado primeiro e através de um link enviado por e-mail, tinha acesso à página de cadastro. Comparo aqui esse convite tão esperado, como o de uma festa do ano, sacas? (a galera ficava ansiosa por receber).
Na página de cadastro já começava o sofrimento, pelo menos para as pessoas que como eu não tinham o domínio da língua inglesa. Feito o cadastro... como usar isso? Para que serve? Não tem em português? Convidava os amigos eles faziam o cadastro, mas não prosseguiam... o inglês amedrontava a todos. Até que um dia descobri uma comunidade que foi muito útil, não só para mim, para os meus amigos que não conseguiam fazer quase nada também. A “mina de ouro” tem o nome de: MANUAL DO ORKUT e desde 3 de julho de 2004, socorre os usuários brasileiros apesar de já existir a versão em português.
O álbum de fotos era outro tormento: só podíamos postar 12 fotos, mais que isso era impossível... a cada nova festa, novo evento, podíamos escolher apenas 12 momentos inesquecíveis. Hoje me assusto com a quantidade de fotos que possuo são mais de 3 mil. Outra evolução sobre as fotos: hoje elas podem ser comentadas.

O Orkut evoluía os usuários dele também, a maldade crescia e a curiosidade sobre a vida alheia aguçava, ou melhor, aguça a maioria dos membros dessa rede. Lembro até hoje quando o Orkut começou a ser dedo duro (os 10 últimos visitantes da sua página ficavam visíveis em nossa página inicial) e acho que nunca vou esquecer: Esta começando um relacionamento quando vi que uma pessoa ligada a ex do amigo colorido havia visitado a minha página. Fiquei tão brava. Pior foi saber que um amigo meu entrou no Orkut da pessoa com quem estava me relacionando.

Durante o ano de 2006 sai tantas vezes do Orkut..., mas dava saudade das pessoas não fofoqueiras e voltava. Aos poucos estou abandonando essa ferramenta que tanto me aproximou dos amigos de infância, dos colegas de escola e dos parentes que moram em outras cidades.
Creio que não deletei definitivamente o meu perfil dessa rede por causa das 3 mil fotos se fossem apenas 12 era mais fácil tal despedida, fora o aplicativo que me viciou (risos) Colheita Feliz , entre os meus amigos sou a que está no nível mais alto (nada para se orgulhar).
Hoje no aniversário do Orkut, pedi para todos os meus amigos que convidei para a participarem dele para o abandonarem, e migrarem para “A rede social”, me deu um aperto no coração... só que já dizia alguém que não sei o nome: “Tudo o que é bom dura o tempo suficiente para ser inesquecível” e “foi bom enquanto durou”.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

SORRIA, VOCÊ ESTÁ SENDO FILMADO

Quanto mais evito assistir a reality shows, mais me sinto dentro de um, sendo vigiada quase vinte e quatro horas por dia, todos os dias da semana.

Sinto-me constrangida logo pela manhã, ao entrar em uma lotação, ainda sonolenta e sem maquiagem, e observar um desenho de uma carinha amarela com a seguinte frase ao lado: "Sorria, você está sendo filmado". Sinceramente, não sei se dou um sorriso amarelo ou mostro a língua para quem está me observando atrás das lentes da câmera.

Ao chegar à estação do metrô, mais câmeras espalhadas seguindo todos os meus passos. Penso: "Será que estão reparando nas minhas roupas ou nos meus cabelos"? A verdade é que fico sem saber como agir e acabo ficando sem graça ao ver a minha imagem exposta na telinha que fica na plataforma.

Depois de tantos apertos, empurrões e câmeras, finalmente chego ao escritório, e novamente: "Sorria, você está sendo filmado". Como vou sorrir depois de tanta correria que enfrentei até chegar ali? Meu chefe me observará durante todo o expediente, às vezes sinto vontade de mandar um tchauzinho para ele...


Ainda na empresa, quando preciso usar o banheiro, tem que ser com as luzes apagadas, pois o piso é branco e espelhado, quando a luz está acesa quem está de fora consegue ver a minha imagem refletida no chão, por isso só dá para se aliviar no escuro...

Na hora do almoço, entro no elevador, a mesma frase e a câmera, mas não ligo, vou subindo e cantando alegremente uma música para relaxar, daí a recepcionista do prédio acompanha o movimento dos meus lábios pela câmera, pega o interfone e diz: “Tá louca? Falando sozinha"? Respondo calmamente: “Estou apenas cantando".

Isso tudo acontece não só no ambiente de trabalho, mas também quando vou ao shopping, ao restaurante, ao cinema etc. A única diferença entre os participantes de um programa confinados em alguma super casa sem fazer nada o dia inteiro e eu é que eles podem sair da frente das câmeras e se tornarem milionários, ou apenas ganhar um carro, uma viagem ou um apartamento... E eu? A mim ninguém pede autorização para participar do Big Brother do dia-a-dia, e ainda tenho que sorrir cada vez que leio a frase que me persegue sem ganhar nenhum trocadinho.