É engraçado como as pessoas fogem do assunto política, pois, sempre dizem a mesma coisa: que não gostam de política. A meu ver não gostar de política é ignorar o mundo a sua volta e não dar valor nem ao seu dinheiro.
A política está em todo lugar: em escolas, condomínios, empresas, etc. Por acaso alguém ignora o dinheiro que paga todo mês para as despesas do condomínio? Os síndicos desses condomínios são como políticos: administram, arrecadam, criam regras, são eleitos por voto. Existem as reuniões de condomínio, onde os condôminos participam, sugerem, fiscalizam o que está sendo feito com o dinheiro deles. Essa participação política dentro do condomínio deveria existir fora dele. É incrível como ela é idêntica a política que governa os municípios, estados e o país.
Ao “não gostarmos de política” estamos ignorando, o dinheiro dos impostos que pagamos, as taxas sobre os produtos que consumimos. Ignorando, somos manipulados sem perceber. Nunca nada muda na política? Alguém muda o voto? Reflete sobre ele? Analisa candidatos? É certo o voto de protesto? Precisamos ter consciência política para que essa mude e seja transparente. Não adianta votar e não fiscalizar. A alienação, aversão a política de cada um de nos que faz com que nada mude.
Não falo só de cobrar os governantes, a imprensa também tem que ser cobrada. É ela que informa a maior parte da população, se ela ignora fatos automaticamente também estamos ignorando, pois, não corremos atrás de informações políticas por nós mesmos.
Segue abaixo um texto de uma pesquisa que realizei sobre a Câmara Municipal de São Paulo, que reflete a ligação: sociedade, mídia e poder:
“... o modo generalista como os políticos são tratados nos grandes meios de comunicação faz com que o cidadão comum se afaste cada vez mais de uma participação política ativa dentro da sociedade.
Os escândalos são mais enfatizados pelos meios de comunicação, do que a construção de uma creche, um novo posto de saúde situado em bairros periféricos e de extrema importância para as pessoas que ali vivem.
A Câmara Municipal e a Prefeitura da cidade trabalham juntos pela melhoria da mesma, mas são trabalhos distintos e precisam ser divulgados da maneira correta: “a lei tal projeto do vereador tal aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito tal...” e não apenas: “o prefeito sancionou hoje a lei tal...” ou então “a inauguração da creche tal que foi construída em tal lugar pela indicação do vereador tal” e não “o prefeito inaugurou hoje a creche no bairro”.
As noticias dadas pela grande mídia tem forte impacto na sociedade e para quem não conhece a fundo os trabalhos realizados pela Câmara acaba achando que apenas a prefeitura da cidade realiza serviços para sociedade e que a Câmara é apenas mais uma fonte de escândalos.
As mudanças feitas na comunicação externa da Câmara Municipal é o começo de um grande passo, se houver mesmo a transparência e o comprometimento com a verdade como diz a Mesa Diretora (responsável pela DCE). Só que para isso os senhores vereadores precisam interagir realmente com a população. As ferramentas são inúmeras para essa aproximação, só que não estão sendo utilizadas da forma correta. Os dados que ainda faltam ser inseridos no perfil de cada vereador são extremamente importantes. É ali o primeiro canal de contato com o munícipe. Se ele quer saber sobre um vereador, nada é mais comum e lógico que entrar no site da Câmara para obter as informações que procura como: o nome do vereador, sua biografia, emails, telefones de contato e as redes sociais.
O painel de presença das sessões Plenárias é o que mais precisa de transparência. Como a sociedade vê pela televisão que não vai haver sessão plenária por falta de vereadores, e, entra no site da Câmara onde consta a informação que existia um número maior que o mínimo para a realização da sessão? O povo vai ficar questionando quem falou a verdade, e, provavelmente vai acreditar na grande mídia (se levarmos em consideração a baixa credibilidade dos políticos).
Para que os políticos abram às portas de seus gabinetes, a sociedade precisa cobrar, fiscalizar e reconhecer o que está sendo feito para a melhoria do bem comum, como: indicação para a construção de escolas e creches, leis, recapeamentos, construções de novas pontes. A sociedade fazendo essa fiscalização, mais pessoas iram reconhecer esse trabalho e vão passar a se interessar pelo trabalho político e ajudar de alguma forma na divulgação dessas informações.
A sociedade cobrando o posicionamento dos políticos e da grande mídia sobre todos os assuntos que envolvam a Câmara Municipal, fará com que a comunicação entre políticos e sociedade seja mais natural, evitando assim o desperdício do dinheiro público para tanta publicidade e reformas na comunicação externa. Dessa forma, teremos sim a transparência.”
Deveríamos todos ser condôminos ativos dentro dos mais importantes condomínios: Municípios, Estados e País. Vale refletir: a mudança tem que começar por nós eleitores.





















