quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

REFLETINDO SOBRE POLÍTICA

É engraçado como as pessoas fogem do assunto política, pois, sempre dizem a mesma coisa: que não gostam de política. A meu ver não gostar de política é ignorar o mundo a sua volta e não dar valor nem ao seu dinheiro.
A política está em todo lugar: em escolas, condomínios, empresas, etc. Por acaso alguém ignora o dinheiro que paga todo mês para as despesas do condomínio? Os síndicos desses condomínios são como políticos: administram, arrecadam, criam regras, são eleitos por voto. Existem as reuniões de condomínio, onde os condôminos participam, sugerem, fiscalizam o que está sendo feito com o dinheiro deles. Essa participação política dentro do condomínio deveria existir fora dele. É incrível como ela é idêntica a política que governa os municípios, estados e o país.
Ao “não gostarmos de política” estamos ignorando, o dinheiro dos impostos que pagamos, as taxas sobre os produtos que consumimos. Ignorando, somos manipulados sem perceber. Nunca nada muda na política? Alguém muda o voto? Reflete sobre ele? Analisa candidatos? É certo o voto de protesto? Precisamos ter consciência política para que essa mude e seja transparente. Não adianta votar e não fiscalizar. A alienação, aversão a política de cada um de nos que faz com que nada mude.
Não falo só de cobrar os governantes, a imprensa também tem que ser cobrada. É ela que informa a maior parte da população, se ela ignora fatos automaticamente também estamos ignorando, pois, não corremos atrás de informações políticas por nós mesmos.
Segue abaixo um texto de uma pesquisa que realizei sobre a Câmara Municipal de São Paulo, que reflete a ligação: sociedade, mídia e poder:
“... o modo generalista como os políticos são tratados nos grandes meios de comunicação faz com que o cidadão comum se afaste cada vez mais de uma participação política ativa dentro da sociedade.
Os escândalos são mais enfatizados pelos meios de comunicação, do que a construção de uma creche, um novo posto de saúde situado em bairros periféricos e de extrema importância para as pessoas que ali vivem.
A Câmara Municipal e a Prefeitura da cidade trabalham juntos pela melhoria da mesma, mas são trabalhos distintos e precisam ser divulgados da maneira correta: “a lei tal projeto do vereador tal aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito tal...” e não apenas: “o prefeito sancionou hoje a lei tal...” ou então “a inauguração da creche tal que foi construída em tal lugar pela indicação do vereador tal” e não “o prefeito inaugurou hoje a creche no bairro”. 
As noticias dadas pela grande mídia tem forte impacto na sociedade e para quem não conhece a fundo os trabalhos realizados pela Câmara acaba achando que apenas a prefeitura da cidade realiza serviços para sociedade e que a Câmara é apenas mais uma fonte de escândalos.
As mudanças feitas na comunicação externa da Câmara Municipal é o começo de um grande passo, se houver mesmo a transparência e o comprometimento com a verdade como diz a Mesa Diretora (responsável pela DCE). Só que para isso os senhores vereadores precisam interagir realmente com a população. As ferramentas são inúmeras para essa aproximação, só que não estão sendo utilizadas da forma correta. Os dados que ainda faltam ser inseridos no perfil de cada vereador são extremamente importantes. É ali o primeiro canal de contato com o munícipe. Se ele quer saber sobre um vereador, nada é mais comum e lógico que entrar no site da Câmara para obter as informações que procura como: o nome do vereador, sua biografia, emails, telefones de contato e as redes sociais.
O painel de presença das sessões Plenárias é o que mais precisa de transparência. Como a sociedade vê pela televisão que não vai haver sessão plenária por falta de vereadores, e, entra no site da Câmara onde consta a informação que existia um número maior que o mínimo para a realização da sessão? O povo vai ficar questionando quem falou a verdade, e, provavelmente vai acreditar na grande mídia (se levarmos em consideração a baixa credibilidade dos políticos).
Para que os políticos abram às portas de seus gabinetes, a sociedade precisa cobrar, fiscalizar e reconhecer o que está sendo feito para a melhoria do bem comum, como: indicação para a construção de escolas e creches, leis, recapeamentos, construções de novas pontes. A sociedade fazendo essa fiscalização, mais pessoas iram reconhecer esse trabalho e vão passar a se interessar pelo trabalho político e ajudar de alguma forma na divulgação dessas informações.
A sociedade cobrando o posicionamento dos políticos e da grande mídia sobre todos os assuntos que envolvam a Câmara Municipal, fará com que a comunicação entre políticos e sociedade seja mais natural, evitando assim o desperdício do dinheiro público para tanta publicidade e reformas na comunicação externa. Dessa forma, teremos sim a transparência.”
Deveríamos todos ser condôminos ativos dentro dos mais importantes condomínios: Municípios, Estados e País. Vale refletir: a mudança tem que começar por nós eleitores.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O AMANTE DO AMOR

Renato Russo, um dia cantou: “Quem inventou o amor? Me explica por favor.” O amor é algo inexplicável, você olha e ama, presta atenção em gestos e ama, sorri e ama, beija e ama, odeia e por fim acaba amando. O amor realmente é muito confuso, mágico, sentimento nobre e doce. Mas, o que dizer dos ciúmes, que quase sempre está de mãos dadas com o amor?
Ta, eu confesso, sou ciumenta e acho que isso é genética, herança de família mesmo. Creio ser uma ciumenta controlada, tenho pavor a escândalos e baixarias em público. Mas, esse amante do amor (porque estão sempre de mãos dadas) me deixa atordoada.
Ciúmes só de namorado? Queria eu sentir ciúmes apenas de algum namorado. Engraçado que só passei a ter ciúmes de namorados, quando um dos meus primeiros amores disse que eu não o amava, porque não demonstrava ciúmes. Na verdade eu morria de ciúmes e me calava por medo de achar que estava sendo terrivelmente chata. Antes ele não tivesse me cobrado esse sentimento.
Os meus amigos dizem que tenho mais ciúmes deles, do que de qualquer namorado que já tive. Odeio dizer isso, mas, é a pura verdade. Uma vez apresentei uma amiga para a turminha que estava sempre comigo, na época morri de arrependimento, ela se deu tão bem com a galera e ao invés de pensar: “nossa que bom que se deram bem, agora não vou mais precisar dividir a agenda” o que pensei foi: “to perdendo minha amiga para os meus amigos”.
O bichinho do ciúmes é fogo, uma picada e te infecta rápido de mais, e, a vacina demora a fazer efeito. O pior é saber que, você está errada e continuar agoniada, com o peito se comprimindo por dentro de você.
Inicio de relacionamento é a pior fase do meu ciúmes, não sei quem são os amigos, as amigas, quem era colorida quem não era... e para deixar ainda mais a pulga atrás da orelha: Surgem as benditas redes sociais. Quem procura acha né? Acha recados que para muitos (me incluo) tem duplo sentido, abuso de palavras e carinhos de mais para ser apenas amizade.  Só que é inicio de um novo primeiro amor, sabe do meu ciúmes e se diverte com esse sentimento que demonstro sentir em algumas situações.
E para ajudar essa pobre ciumenta, no combate ao bicho que transmite ciúmes, uma amiga me deu seu ombro, ouvidos e olhos (ombro com a cerveja de sexta, ouvidos ao telefone e olhos atentos nos comunicadores da internet) propôs o seguinte: “toda vez que sentir ciúmes de recados me liga e xinga ele e quem deixou o recado pra ele, ai você se sentirá melhor, se eu não tiver por perto entra no banheiro e xinga a porta”. Essa terapia parece doida, mas, tem funcionado.
Comecei esse texto com Renato Russo e vou terminá-lo com a banda Titãs: “Mas eu me mordo de ciúuuuuuumeeeeeeeeees...”

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

TEMOS VAGAS PARA MANEQUIM 38. EXPERIÊNCIA? BASTA SER MAGRA

Em anúncios de vagas de empregos, geralmente nos deparamos com uma porção de exigências e experiências, para o preenchimento da vaga, no entanto, dias desses uma amiga estava indignada com um anúncio que viu: Precisa-se de vendedoras com manequim 38. Essa era a única frase do anúncio, que não pedia experiência anterior, nível de escolaridade e nem carta de recomendação. O principal interesse dos donos da loja era um corpo esguio.
Ora a capacidade de venda agora é medida pelo manequim 38? E o poder de persuasão e simpatia da vendedora? E quanto à habilidade em fazer contas? Dar descontos? Tendo o manequim 38 não precisava ter domínio com a calculadora ou a caneta?
 E o Brasil ainda se considera um país sem preconceitos? Como o tamanho de uma roupa pode significar a capacidade de uma pessoa vender? Ou a capacidade de fazer qualquer coisa? Seria oportuno então colocar pessoas acima do peso para trabalharem apenas com fast food?
 A moda anda aprisionando as pessoas. As adolescentes (as adultas também) na busca do corpo perfeito contraem doenças com a bulimia e a anorexia, que se não tratadas a tempo podem levar a pessoa a morte. Tivemos durante nos últimos anos, casos de mortes entre modelos, que se achavam magras e comiam cada vez menos ou comiam e davam jeito de vomitar e se livrar da culpa de ter comido.

Quando o Lula era presidente ouvi muitos comentários do tipo: “Para que estudar? O Lula não estudou e é presidente”. Agora ouço ao longe, vozes dizendo: “Para que estudar se sou magra, elegante e bonita. Contratem-me tenho manequim 38, mas, preciso de alguém por perto na hora do pagamento”.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

AI QUE MEDO!!!

Medo? Quem tem medo do lobo mau? Do lobo mau eu não tenho medo, mas de lugares fechados ou tumultuados já tive e muito.
Andar de elevador para mim era como se fosse sessão de tortura, fiquei com trauma depois que um “amigo”, entre aspas mesmo, já um amigo de verdade não iria fazer o elevador parar de andar em andar, o infeliz só viu que eu estava passando mal de verdade quando desmaiei, tarde demais além, de nunca mais olhar na cara dele ainda fiquei traumatizada.
Elevador é algo desconfortável mesmo, né? Todo mundo bem quieto e quando chegamos ao andar de destino é que damos bom dia, boa tarde ou boa noite, para quem já estava conosco desde a garagem.
Em outra situação fiquei presa de verdade no elevador, dessa vez sem ninguém provocar a parada. Estava indo ao banco para um antigo chefe, quando entrei no elevador as portas foram fechadas, mas ele não saiu do andar, ficou lá paradinho. O pior que ao entrar em estado de nervos ou medo eu começo a rir, rir sem parar. Só depois de uns minutinhos presa e rindo é que fui lembrar-me do botão de emergência. O recepcionista do prédio atendeu e eu sem parar de rir tentei dizer: - Oi! Estou presa (risos) como saio daqui? (risos). Ele muito atencioso e rindo também disse: - mantenha a calma que vou chamar ajuda (risos). - Moço só uma coisa: não ri não. Ele mais que depressa - Uê, mas você ta rindo. - Estou rindo de nervoso, não to achando nada engraçado, tenho medo de elevador (risos). Outra coisa avisa meu chefe que to presa aqui. - OK, ele disse e parou de rir. Quinze minutos depois a porta de abriu, meu chefe me olhou e começou a rir, fiquei brava, muito brava. Como as pessoas podem rir do medo das pessoas? Senti-me injustiçada, ainda mais que o chefe era psicólogo, vê se pode?
Para piorar o meu medo de lugares fechados, a linha amarela do metro desaba e engole carros e pessoas em um imenso buraco. Depois disso passei a evitar completamente o metro e quando não achava o caminho para seguir de ônibus, tinha que tampar os ouvidos com as mãos para não ouvir o barulho da minha agonia dentro da toupeira gigante. Hoje ainda tenho esse medo, bem menos, pois, mudar para um bairro que o metro é o principal meio de transporte e ter que usá-lo todos os dias me fez pensar em algumas técnicas, a principal delas é sempre estar com os fones de ouvido escutando músicas.
Ah! Se você desceu para o litoral e viu uma doida com a cabeça para fora do carro, enquanto passava dentro dos túneis, pode acreditar que essa doida era a pessoa que vós escreve. Não era um poodle, como uma amiga imaginou que fosse (risos).Uma mulher que odeia shopping? Eu. Lugar fechado cheio de gente, não dá. Raras às vezes decido ir algum para comprar roupas, ir ao cinema ou então salvar alguma amiga  com problemas no relacionamento (risos). Isso que é prova de amizade heim?
O ser humano tem medos incríveis, né? Medo de escuro, ETs, de lugares fechados, aranhas... mas tem uma pessoa muito próxima, que tem medo de minhocas, é até irônico, porque a pessoa em questão adora mexer na terra, mas, se aparece uma minhoquinha sai correndo.
E você tem medo de que? (risos)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

PRIMEIRO AMOR?


          Será mesmo que existe apenas um primeiro amor em nossas vidas? Discordo totalmente dessa hipótese, pois, cada amor, cada sentimento que desperta é diferente, único e é por isso cada amor será o primeiro.
Já tive em minha vida alguns primeiros amores (risos), o da pré- escola que me dava até presentes (certa vez me fez um porta-jóias com palitos de sorvete, fofo né?), e eu morria de vergonha dele, quando terminamos a pré-escola foi triste, pois, iríamos para escolas diferentes, mas eram bem próximas. Até hoje lembro, um concurso na escola que elegeu o pijama mais bonito, e o meu amado ganhou o primeiro lugar. Era um pijama branco ficou parecendo um médico em miniatura. Nos encontramos três anos depois banguelas por sinal, como diz a minha mãe: "uma das fases do patinho feio". Hoje ele está casado, tem dois filhos, e está bem diferente da época escolar.
No primário também tive um amor, um lindo amor. Ele era terrivel, bagunceiro, jogava futebol como ninguem (não perdia um só jogo dele), mas na sala de aula só conversava comigo (risos), passavamos cola um para o outro, nos ajudavamos. No final da 4ª serie me sorteou no amigo secreto, fiquei muito feliz, acho até que quase explodi de alegria. Há cerca de 3 anos atras nós reencontramos e pela 2ª vez ele foi meu primeiro amor.
O ginásio foi tenso (risos), foi o primeiro amor que beijei, a escola inteira presenciou, só que me arrependi depois, o arrependimento foi tanto que falei até que havia lavado a minha boca... pra que fui falar isso né? ganhei um apelido: Sapinho. Esse primeiro amor foi terrivél, e é o único que não tenho noticias. Melhor nem lembrar.
Quando cursava o colegial tive três amores, igual ao poeta Castro Alves. Tadinho de um deles, eu mandava recados na hora do intervalo pela rádio do grêmio e assinava como: Maçã do Amor (risos) cada uma que aprontei, hoje não faria nada do gênero. O 2º, esse foi o primeiro amor de me arrebentar a cabeça, o coração e a alma. Foi o primeiro amor mais complicado que já me apareceu (rs), foi com ele as primeiras sensações e reações do corpo, o descobrimento de quase tudo. O 3º acho que posso so chamar de "o amor da minha vida" e o primeiro amor perfeito, foi o primeiro amor em companheirismo, em paixão, dedicação e o primeiro amor no próprio amor, me ensinou tantas coisas: a me conhecer melhor, a dividir, a dirigir, a andar no centro da cidade (risos), foi o primeiro amor que quase casei. Depois dele vieram mais tantos primeiros amores: o de loucuras, o de fogo, o de fantasias, o de viagens bacanas, o amor de faculdade, o amor do emprego, o amor virtual, o amor que só me me disse "Oi".
E é por cada uma dessas sensações e descobertas com pessoas diferentes, que bato o martelo e digo: na vida tive mil amores, mas nunca tive um único primeiro amor.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Salvem os meus cabelos, não a minha vida

                Dia de casamento, formatura, reuniões importantes e aniversários, a mulherada corre para o salão do cabeleireiro e passam horas tentando deixar o cabelo o mais liso possível.
 Quando saímos do salão tomamos todo o cuidado do mundo, para que nenhuma gotícula de água passe por perto dos nossos cabelos. Viramos um tanto quanto bitoladas para que o liso permaneça por mais tempo.

 Para tirar uma com a cara da mulherada fizeram até uma música que dizia a seguinte frase: “Ih! Choveu, cabelo encolheu”.  Há alguns anos o meu cabelo só não encolheu com a chuva, porque preferi salva-lo a me salvar.
 Era o dia do casamento do colega de trabalho do meu namorado, havia realmente passado horas no salão para deixar os meus cabelos bem lisos e comportados (risos).  No caminho para o enlace, começou a chover e muito forte.  A avenida que estávamos era uma reta quase infinita, mas, a sua volta só havia ladeiras e as águas desciam como se estivessem em um tobogã a toda velocidade.

 Confesso que comecei a ficar com medo, quando o carro parou no semáforo vermelho e morreu. A água havia subido muito e o coitadinho não agüentou. O veiculo começou a boiar e eu a entrar em desespero. Meu namorado tentava me acalmar, mas não adiantava quanto mais falava mais eu gritava. Foi ai que tive a sabia idéia de ligar para a pessoa que sempre consegue me acalmar em qualquer situação: minha mãe.
  Ela acabou foi ficando apavorada com a situação, ainda mais que, comecei a dizer sobre a água que começava a entrar no carro. Ela me pediu para subir em cima do teto do carro não tive dúvida na resposta: “eu? Subir no teto? Com essa chuva? E o meu cabelo?”. Tudo isso eu gritava e berrava. O namorado não agüentando mais tantos gritos resolveu gritar (risos) para eu ficar quieta. Mamãe então educadamente me fez passar o celular para ele e também aos berros disse: “a única pessoa que pode gritar com a minha filha sou eu”.


 O tempo acabou fechando do lado de fora e do lado de dentro do carro. A água subia cada vez mais, e, só os ônibus conseguiam passar por essa avenida. E quando passavam pelo carro, esse balançava feito um barquinho no mar. Já estava quase desistindo de ficar no carro e ficar com o cabelo encolhido e molhado, quando vi alguns homens amarrando outro veiculo, junto a um poste para não ser levado pela força das águas. Esses homens que não eram egoístas como eu e nem traziam consigo o pecado da vaidade nos deixaram em um local seguro. Tivemos que furar o assoalho do carro para escoar a água, só depois disso conseguimos seguir para o casamento, bem sequinhos.
 Enquanto centenas de pessoas sofriam para salvar suas vidas, as de suas famílias e vizinhos, eu só pensava no meu cabelinho esticado, puro egoísmo.

Passado o episodio e fazendo uma reflexão sobre esse fato, me dei conta que brinquei com a minha própria vida por causa da vaidade. Escutava um eco dentro de mim: “Salvem os meus cabelos, não a minha vida”.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

MARATONA DIÁRIA


            Você acabou de acordar toma um super banho gostoso. Durante o banho pensa na roupa que vai vestir para ir trabalhar.  Ao sair do banho passa um hidratante bem cheiroso, desodorante antitranspirante, se veste e passa o perfume preferido.  Prontinho tudo certo para chegar linda e bela ao trabalho... Será?
            A primeira parte do caminho (pelo menos do meu) preciso pegar uma condução que me leve a estação de metrô, no horário que estou no ponto de ônibus é entre 07h ou 07:30h. Os motoristas das lotações quando dou sinal, fazem outro dizendo que está cheio e não cabem mais passageiros, as duas lotações seguintes fazem o mesmo sinal. Consigo embarcar apenas na 4ª lotação e pela porta traseira, pela frente não sobra espaço nem para os meus pés.

O motorista pelo jeito que dirige parece estar carregando coisas inúteis ao invés de pessoas, é cada tranco que o carro dá que parece que vou ser jogada pela janela. Se o motorista não percebe que alguém deu sinal para descer, sempre o passageiro que não tem o hábito de escovar os dentes grita: “- vai descer motorista”. Nesse momento não quero nem pensar no meu café da manhã.  
Por falar em mal estar matinal, outro dia ocorreu algo que morri de nojo, havia acabado de passar a catraca já estava quase chegando ao metro, quando um marmanjão que estava sentado me lavou de vomito (eca), o motorista começou a manobrar o carro e não abria a porta, agora foi a minha vez de gritar: “- Motorista abre a porta vomitaram aqui”, outra passageira foi quem me deu a resposta: “- até parece que nunca viu vômito...”, não tive como segurar a resposta foi toma-lá-dá-cá mesmo: “em cima de mim não mesmo”. Desci da lotação e fiz o caminho de volta para casa andando, liguei no escritório avisei do incidente e que chegaria mais tarde. Novo banho, nova roupa, creme, desodorante e perfume tudo de novo e consegui chegar ao escritório sem outros incidentes.


Tirando esse dia atípico do vômito, todos os dias somos massacrados no transporte coletivo, se tiramos o pé do lugar pode acreditar que não encontrará mais espaço para ele de novo. No metro se quiser ir sentada tenho que primeiro ir em pé por duas estações, descer  e voltar de onde eu já havia partido (Tucuruvi – Parada Inglesa – Jd. São Paulo – Jd. São Paulo – Parada Inglesa – Tucuruvi – Tucuruvi – Parada Inglesa – Jd. São Paulo – Santana...) só fazendo esse caminho bem básico para ir sentada até a estação Paraíso. Mas se estou atrasada vou em pé mesmo, e ai meus amigos a situação não é nada confortável: braços levantados para segurar a barra de apoio às vezes trazem odores terríveis, (que aumentam quando a tarifa do transporte sobe, pois, se a tarifa fica mais cara sobra menos dinheiro para o desodorante) é tanta gente em fila atrás de você que muitos homens se aproveitam da situação, e é ai que algumas mulheres gritam sobre tal situação e acabam achando no meio do aperto heróis que expulsão o lobo mau do vagão, outras apenas vão dando um jeitinho e saindo de fininho fazendo cara feia para o abusado indecente, e tem as que curtem a indecência...


Maratona diária essa que enfrentamos com o transporte público: a tarifa aumenta, mas o espaço dentro dos vagões e ônibus continua o mesmo. A tarifa aumenta, mas nem todos os transportes possuem ar-condicionado. A tarifa aumenta, mas a qualidade (qualidade?) permanece a mesma.