Quantos vícios há no mundo? Uma pessoa pode ser viciada em muitas coisas? Já ouvi falar e já presenciei tantos vícios... Bebidas, cigarros, maconha, sexo, coca-cola, mexer no cabelo, estourar plástico bolha, etc. Mas, hoje o que me atormenta é o vício da tecnologia.
Você nem percebe, mas, vê a sua vida sendo resolvida praticamente apertando botões: microondas, forno elétrico, controle da porta automática da garagem, elevador, secretária eletrônica, caixas eletrônicos, correspondência agora são e-mails, a paquera é virtual. É muita tecnologia, controles e botões, mas, a falta de um aparelho essa semana me deixou doida: meu celular.
Por que senti tanta falta dele? Acho que concentrei a minha vida toda nele, não existo sem ele, fico perdida sem ele, parece que a minha vida social não existe sem ele por perto.
Puxei pela memória para lembrar como era a minha vida antes do celular. E fiquei de boca aberta de como resolvia tudo, sem apertar botões ligados a pequenos fios e placas.
São muitas funções (e olha que o meu nem são muitas assim). Antes mesmo de acordar ele já é útil, pois, é ele quem me acorda, com o detalhe que posso escolher a música para essa função: a de despertador.
Antes da primeira ligação, recebida ou realizada do dia, ele é meu relógio, aperto qualquer botão para ascender o visor e conferir a hora, se posso dar ou não mais uma enrolada na cama, ou tomar uma café antes de escritório.
Como um pequeno aparelho pode conter tantas coisas? Até distração para o trajeto de metrô ele possui, é quase um parque de diversões: jogos, mp3 e internet. Com essas funções é distração na certa o caminho todo. Uma pena ainda não ter sinal de TV nas profundezas do metrô, mas, no carro e ônibus faço uso desse recurso também.
A função de gravador de voz também é uma boa, principalmente quando gravava as aulas da faculdade, levava a voz dos professores para o “parque de diversões” do meu celular, assim ficava mais fácil de estudar para as provas. Essa função também foi usada, para gravar as promessas de um ex-chefe, sobre o meu pagamento (só me pagou depois de 5 meses). No trabalho final da faculdade, a função, gravador do celular também marcou presença nas entrevistas com alguns vereadores, nesse caso usava dois celulares para gravar e não correr o risco de perder nenhum detalhe da entrevista. Para não esquecer as orientações do meu TCC, e não deixar a orientadora maluca perguntando toda semana a mesma coisa o gravador também era usado enquanto recebia as orientações sobre o meu trabalho.
O celular guarda algo muito importante também: a agenda telefônica. O aparelho virou a extensão da minha memória, pois, os únicos telefones que ainda guardo na cabeça, são aqueles que já estavam guardados em algum canto do meu cérebro, quando o celular só existia em filmes de ficção cientifica. Todos os números que preciso estão no celular, e há um grande problema ai: se a bateria acabar ou, o esqueço em algum lugar, não sei nem o número de casa e isso é fato, dia desses só consegui avisar que não dormiria em casa, porque, minha amiga tem gravado na agenda do celular dela, o número de telefone da minha residência.
Quando cheguei em casa no dia seguinte, meu coração bateu descompassado de tamanha a emoção quando peguei em minhas mãos, o meu celular. Nele constavam 11 ligações não atendidas e alguns sms não lidos, um deles da minha mãe: “Você não me encheu o saco hoje, acaso não me amas mais?”
Apenas um dia sem celular, me senti como se estivesse sem roupas, ou faltando algo em mim, algo meu, que faz muita falta quando não está por perto. Vou precisar amarrar uma cordinha no celular, em uma ponta estará ele, e na outra EU. Além da cordinha, vou deixar um lembrete com um toque muito alto: Não me esqueça.
É muito ruim ficar sem receber ou ligar para as pessoas que gosto, não receber as atualizações das redes sociais que participo e nem poder atualizá-las via celular. Sem celular quer dizer: Sem despertador, sem agenda, sem lembretes, sem fotos, sem gravações, sem mp3, sem sms, sem ligações, sem diversões e sem atualizações. Celular: Esqueço, logo não existo.





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